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Quinta, 3 de Julho de 2025

Manejo e conservação dos solos

Uma paisagem pode ser considerada equilibrada, quando os processos erosivos se dão na mesma intensidade que os solos se formam. Com a evolução dos espaços geográficos na qual o homem alterou o ambiente natural em um meio em que ele realiza as suas atividades, os problemas ambientais relacionados com a qualidade dos solos, começaram a aparecer. Contudo, existem diversas técnicas que contribuem para deixar a paisagem em um certo equilíbrio, evitando com que haja uma degradação dos solos e consequentemente dos ecossistemas associados.
   
Sabemos que a demanda mundial por alimentos é crescente a cada dia, por isso deve-se hoje obrigatoriamente pensar sobre como retirar do solo os alimentos que a população precisa, bem como os demais grãos que servem de matéria prima para certas indústrias, juntamente com uma consciência de que o solo pode ser considerado como um recurso que demora milhares de anos para se renovar. Desta mandeira, pensar em conservação de solos é pensar no bem estar da sociedade.
    
A figura abaixo exemplifica como seria um ambiente agropecuário utilizando algumas técnicas que contribuem para a conservação dos solos.

Proteção e conservação ambiental dos solos
Fonte: http://www.itambe.com/cmi/pagina.aspx?2469


  • PLANTIO EM CURVAS DE NÍVEL
Este é um tipo de plantio na qual se segue diversos níveis de cotas altimétricas ao longo das encostas. Como elas ficam dispostas perpendicularmente à inclinação da encosta, a velocidade das águas superficiais acabam sendo diminuidas, contribuindo assim para a retenção de elementos solúveis no solo, aumentando a infiltração, umedecendo o solo e consequentemente aumentando a produção. Desta mandeira, evita-se que que processos erosivos se desenvolvam, bem como evita que ocorra a lixiviação.

Plantio e práticas culturais mecanizadas executadas em curva de nivel
Fonte: http://artedeproduziragua.com.br/6.htm

Plantio em curvas de nível
Fonte: Google Earth


  • TERRACEAMENTO
O terraceamento é um outro exemplo de práticas de manejo pois consiste na construção de uma estrutura transversal ao sentido do maior declive do terreno. Apresenta estrutura composta de um dique e um canal e tem a finalidade de reter e infiltrar, nos terraços em nível, ou escoar lentamente para áreas adjacentes, nos terraços em desnível ou com gradiente, as águas das chuvas. 

A função do terraço é a de reduzir o comprimento da rampa, área contínua por onde há escoamento das águas das chuvas, e, com isso, diminuir a velocidade de escoamento da água superficial. Ademais, contribui para a recarga de aquíferos. 

Exemplos de terraços
Fontes: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fohgb6cq02wyiv8065610dfrst1ws.html e http://agrimanagers.wordpress.com/page/3/


  • PLANTIO DIRETO
plantio direto é uma técnica que contribuiu bastante para evitar o aumento dos processos erosivos. Ela consiste em manter a palha e os demais restos vegetais de culturas anteriores na superfície do solo, garantindo cobertura e proteção do mesmo. 

O plantio direto traz inúmeros benefícios que irão diminuir os custos de produção e o impacto ambiental, tais como a maior retenção de água no solo, facilidade de infiltração da água no solo, motivando a redução da erosão e perda de nutrientes por arrasto para as partes mais baixas do terreno. Também evita assoreamento de rios, enriquece o solo por manter matéria orgânica na superfície do solo por mais tempo, menor compactação do solo, economia de combustíveis (diesel) e menor número de operações. 

Plantio direto em cultivo de soja
Fonte: http://www.cnpt.embrapa.br/aunidade/galeria/imagem11.htm


  •  ROTAÇÃO DE CULTURAS
A rotação de culturas consiste em alternar, anualmente, espécies vegetais, numa mesma área agrícola. As espécies escolhidas devem ter, ao mesmo tempo, propósito comercial e de recuperação do solo.

Além de proporcionar a produção diversificada de alimentos e outros produtos agrícolas, se adotada e conduzida de modo adequado e por um período suficientemente longo, essa prática melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo; auxilia no controle de plantas daninhas, doenças e pragas; repõem matéria orgânica e protege o solo da ação dos agentes meteorológicos e ajuda a viabilização do sistema de plantio direto e dos seus efeitos benéficos sobre a produção agropecuária e sobre o ambiente como um todo. 

Exemplo de rotação de culturas ao longo do ano em função da sazonalidade (estações do ano)
Fonte: http://www.fabrishulk.com.br/site/rotacao.php


Nesta mesma perspectiva, podemos lembrar da rotação trienal de culturas, que foi uma técnica de agricultura praticada durante a Idade Média. Consistia em dividir um campo de cultivo em três partes, utilizando-as para diferentes culturas de forma rotativa para melhor aproveitamento do solo e, conseqüentemente, maior produção.

A rotação trienal de culturas
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rota%C3%A7%C3%A3o_trienal_de_culturas


  • ESTUDO DE APTIDÃO AGRÍCOLA DO USO SOLO
Inúmeros são os estudos relacionados à aptidão agrícola do uso do solo em um determinado espaço, seja ele uma propriedade, ou um município inteiro. Esses estudos, como o de Ramalho Filho e Beek (1994), denominado Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras e elaborado com base em experiências brasileiras para a interpretação de levantamento de solos e em trabalhos validados internacionalmente, levam em conta a deficiência de fertilidade, deficiência de água, excesso de água, susceptibilidade à erosão e impedimentos à mecanização, avaliados a partir de atributos do solo, do relevo e do clima, com base nas fases de vegetação natural, principalmente.

A partir desses fatores, definem-se quatro classes de aptidão agrícola das terras (boa, regular, restrita e inapta) segundo três níveis de manejo (baixo nível tecnológico, nível tecnológico médio e alto nível tecnológico) e quatro tipos de utilização (lavoura, pastagem plantada, silvicultura e pastagem natural). A simbologia aplicada para cada classe de aptidão agrícola é apresentada na Tabela:

Fonte: http://www.aptidaoma.cnpm.embrapa.br/conteudo/material.htm


Ainda existem mapas como os de Fragilidade Ambiental, que utilizam as bacias hidrográficas como recortes espaciais de análise a potenciais erosivos. Estes estudos levam em conta as rochas que dão base à bacia, os tipos de solos que existem nela e o levantamento das declividades. As classes de fragilidade variam de muito fracas (bom para o uso) a muito fortes (inapto ao uso).

Um mapa de Fragilidade Potencial a processos erosivos
Fonte: Nowatzki e Oka-Fiori (2009)


  • FORMAÇÃO E MANEJO DE PASTAGENS
As pastagens são áreas destinadas à alimentação dos rebanhos. Uma pastagem é considerada degradada quando esta está tomada por plantas invasoras, ou a área está simplesmente com o solo exposto. Isto pode acontecer quando não há um controle ou manutenção da área de pastagem, como falta de limpeza da área, cuidado com pragas, alta lotação, entre outros. Para recuperar uma área degradada, deve-se tentar a rebrota ou o replantio após vedar a área para que os rebanhos não entrem.


  • ADUBAÇÃO
Quando um solo não dispõe naturalmente de elementos químicos necessário para o desenvolvimento das plantas, ou que tenha perdido sua fertilidade natural, seja por erosão ou por excesso de uso, é necessário fazer uma incorporação de elementos químicos necessários e que são normalmente adicionados pelos agricultores a suas plantações para suprir essas deficiências e aumentar a produtividade. Este processo é chamado de adubação. Temos adubos orgânicos, como estercos ou restos vegetais, e adubos minerais, que são industrializados


  • CORREÇÃO DO SOLO
Dependendo da acidez do solo, quando a mesma tente para um pH ácido, é necessário corrigir o solo. Este processo é chamado de calagem, na qual adiciona-se calcário em pó no solo. O corretivo, na quantidade recomendada, deve ser incorporado, uniformemente, na camada arável do solo, ou seja, com poucos centímetros de profundidade.


  • FLORESTAMENTO E REFLORESTAMENTO
Esta é uma prática que visa deixar a paisagem em seu estado natural, com a vegetação natural do ecossistema atuando sobre o solo. Dentre as funções da vegetação natural, temos: a função da mesma em evitar a deflagração de processos erosivos ou até mesmo contendo-os; manter a estabilidade do solo sobre encostas com inclinações acentuadas graças a estruturação da massa de solo em conjunto com a trama radicular dos vegetais, evitando a ocorrência de eventos como os de movimentos de massa; em áreas próximas aos corpos hídricos agindo como anteparo para o impacto da chuva sobre o solo de maneira a reduzir o efeito de compactação, bem como a trama radicular contribui para a manutenção da porosidade dos solos permitindo a infiltração da água e alimentando as colunas freáticas.

Essa ação impede o escoamento superficial precoce e a formação de sulcos erosivos que carregam sedimentos particulado aos cursos d’água aumentando sua turbidez, bem como assoreando-os; por fim a vegetação contribui também para o equilíbrio do ciclo hidrológico de uma área de drenagem (Nowatzki e Santos, 2010).



Fonte do texto acima: http://professoralexeinowatzki.webnode.com.br/

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