Conceitos de Cartografia Moderna
FORMA DO PLANETA
Ao longo dos últimos 4,6 bilhões de anos, a Terra vem passando por alterações climáticas, litológicas e mecânicas que são responsáveis por moldar sua atual configuração, as formas resultantes destes processos são caracterizadas como superfícies topográficas, que em grande parte se resumem aos relevos terrestres e ao nível de base marinho.
Devido ao planeta possuir forma geoide (superfície delimitada pelo nível médio dos mares, não perturbados por ventos e correntezas) com medidas dissonantes dos padrões geométricos normais se torna uma tarefa muito difícil aferir equações que compreendam toda a sua estrutura. Para resolver este problema optou-se pela escolha de um modelo conceitual baseado em uma figura geométrica chamada elipse que ao girar em torno do seu eixo menor forma um volume, o elipsoide de revolução. Tal figura se tornou a superfície de referência para cálculos cartográficos e geodésicos pois é a que mais se aproxima da compreensão real da forma superficial terrestre.
DATUM
Adentrando-se um pouco mais afundo nas bases da cartografia contemporânea, encontramos o Datum que é a organização e a padronização de um conjunto de pontos e coordenadas responsável pela definição de condições para o estabelecimento de sistemas geodésicos (conjunto de marcos e suas coordenadas).
O Datum se divide em duas subclasses, o “datum planimétrico” e o “datum altimétrico”, o primeiro, é o ponto que representa a base dos levantamentos horizontais e sua posição ideal é no entroncamento entre as órbitas da elipsoide e geoide (h=0). Já o segundo, é a superfície formada pelo nível do mar definida por meio de um marégrafo, por meio do instrumento é estabelecida a altitude 0 que é o ponto de partida para os cálculos topográficos.
No Brasil, até a década de 1970, adotava-se o elipsoide Internacional de Hayford, de 1924, com origem de coordenadas planimétricas estabelecida no Datum Planimétrico de Córrego Alegre. Porém este sistema foi substituído por outros, como por exemplo: o sistema topocêntrico SAD-69 (South American Datum 1969) que utiliza o elipsoide local UGGI-67, que possui o ponto de amarração situado no vértice Chuá em MG, atualmente usa-se o Sirgas 2000, este sistema possui definição/orientação geocêntrica, isto significa que esse sistema adota um referencial que tem a origem dos seus três eixos cartesianos localizada no centro de massa da Terra. Além disso, as redes de referência que materializam esses sistemas foram determinadas com técnicas de posicionamento diferentes. Enquanto que no caso do Córrego Alegre e SAD 69 foram utilizadas basicamente técnicas clássicas (triangulação e poligonação), no SIRGAS2000 foram empregados os sistemas globais de navegação (posicionamento) por satélites - GNSS. (IBGE 2014). Já o sistema utilizado a nível global é o WGS-84 (World Geodetic System), que utiliza o elipsoide global UGGI-79 como referência.
PROJEÇÕES
Segundo o Laboratório de Cartografia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), as projeções são classificadas em três tipos principais, azimutal, cilíndrica e cônica.
Projeção Plana ou Azimutal - o mapa é construído imaginando-o situado num plano tangente ou secante a um ponto na superfície da Terra. Ex. Projeção Estereográfica Polar.
Projeção Cônica - o mapa é construído imaginando-o desenhado num cone que envolve a esfera terrestre, que é em seguida desenrolado. As projeções cônicas podem ser também tangentes ou secantes. Nas projeções cônicas os meridianos são retos que convergem em um ponto e todos os paralelos, circunferências concêntricas a esse ponto. Ex. Projeção Cônica de Lambert.
Projeção Cilíndrica - o mapa é construído imaginando-o desenhado num cilindro tangente ou secante à superfície da Terra, que é depois desenrolado. Pode -se verificar que em todas as projeções cilíndricas, os meridianos bem como os paralelos são representados por retas perpendiculares. Ex. Projeção Mercator.
O Sistema de Coordenadas Geográficas é o sistema mais antigo de coordenadas. Nele, cada ponto da superfície terrestre é localizado na interseção de um meridiano com um paralelo. Suas coordenadas são a latitude e a longitude.
Outro sistema utilizado são as Coordenadas plano-retangulares. Estas coordenadas formam um quadriculado relacionado à Projeção Universal Transversa de Mercator, daí serem chamadas de coordenadas UTM. O espaço entre as linhas do quadriculado UTM é conhecido como equidistância do quadriculado e será maior ou menor de acordo com a escala da carta. O sistema de medida usado é o linear em metros, cujos valores são sempre números inteiros, sendo registrados nas margens da carta.
POR: GOMES, C. G (Gabriel C. G)
REFERÊNCIAS:
Geografando. Projeções Cartográficas. Disponível em: < http://www.geografando.com/2013/12/projecoes-cartograficas.html>. Acessado em 16/02/2017.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Serviço de Atendimento ao Consumidor. Disponível em: . Acessado em 16/02/2017.
Laboratório de Geoprocessamento da Universidade Federal de Uberlândia. Cartografia Básica. Disponível em: < http://webdav.sistemas.pucminas.br:8080/webdav/sistemas/sga/20091/171032_cartografia_robertorosa_ufu.pdf>. Acessado em 16/02/2017.
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